Ninguém me contou como seria
subir e descer todos os dias
suas escadas de concreto
abraçar suas mulheres
amar seus homens
rasurar sua gramática
ferir sua língua
lograr seus papas
parir suas crias
e aleitá-las
docemente
recriando o sentido do mundo
dando ao mundo o que é do mundo
sem saber que não haveria despedida
ninguém me contou
que ficaria sozinha
quando tudo acabasse