Revista Marimbondo

Música | De balaio

Comum, “De balaio”, 2015

O meu cenário é a janela de um busão
Do bairro ao centro sento nela como se fosse televisão
Sou só mais um comum “fragando” sem pretensão
A saga cega como um filme da vida do cidadão
Rumo ao centro marco meu tempo pelas paradas
E a cada ponto a vida vai ficando mais embolada
O cidadão aglomerado vira multidão
E a multidão é um monstro sem rosto e coração
Tô vendo e vejo mais pela janela de vidro
Vejo meu olho no olho do cidadão refletido
Em busca de algum sentido neste caminho que vai
Da lama ao caos, do bairro à Babilônia que nunca cai
Por mais que o conflito e o sofrimento se espalhem
Independente da classe e da cor e que muitos falem
Da importância da mudança e do caminho pra tal
Eu permaneço acompanhando um cenário sempre igual